Apontamentos e reflexões sobre violências contra mulheres negras no Brasil

Autores

  • Maria Aparecida Estanislau estanislaumaria10@gmail.com
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)
  • Vera Regina Rodrigues da Silva vera.rodrigues@unilab.edu.br
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) https://orcid.org/0000-0002-0202-8010

DOI:

10.24281/Imostracientifica2022.1.58-62

Palavras-chave:

Violência, Mulheres Negras, Interseccionalidade

Resumo

Este artigo visa tecer considerações sobre violências contra mulheres negras no Brasil, tendo sua escrita realizada no contexto pós-queda da presidenta de esquerda D. Rousself (2016) e eleição (2018) de candidato de extrema direita, ultraconservador. Adicionalmente, tais reflexões se dão no momento de crise sanitária de pandemia pelo Sars-CoV-2 (MAR 2020). Na presente reflexão usou-se o referencial teórico-metodológico interseccional de raça, gênero e classe social que possibilita identificar multideterminadas discriminações e violências.  Os dados quantitativos utilizados foram os publicados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2017, 2021) os quais ensejam considerações fundamentadas na epistemologia do pensamento feminista negro. Explicitamos como a violência, quantitativamente mais dirigida às mulheres negras, tem raízes estruturais nas relações de dominação colonial, escravagista e racista, as quais persistem e se reatualizam na forma de feminicídios, situações trabalhistas análogas à escravidão, violência políticas a candidaturas ou mandatos/militância de mulheres negras.

Palavras-chave: Violência, Mulheres Negras, Interseccionalidade.

Referências

Domingos LT. Desafios de construção dos saberes e conhecimentos africanos e afrodescendentes a partir das dinâmicas sócio-históricas. In Desafios da presença de conhecimentos e saberes africanos e afrodescendentes/ Luis Tomás Domingos, Rosalva Maria Girão Pereira (Org.) Curitiba: Appris. 2019.

Gonzalez L. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios intervenção e diálogos. Organização Flavia Rios, Márcia Lima. 1ª edição, Rio de Janeiro: Zahar. 2020.

Akotirene C. O que é interseccionalidade. Feminismos Plurais - Coordenação Djamila Ribeiro. São Paulo: Sueli Carneiro; Jandaíra. 2020.

Cardoso L. Revista da ABPN. 2014; 6(13):88-106.

Mattos G, Accioly I. Tornar-se negra, tornar-se branca e os riscos do antirracismo de fachada no Brasil contemporâneo. Latin American and Caribbean Ethnic Studies. 2021.

Carneiro S. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero - Artigo foi apresentado no Seminário Internacional sobre Racismo, Xenofobia e Gênero, organizado por Lolapress em Durban, África do Sul, em 27 - 28 de agosto 2001. Publicado em espanhol na revista LOLA Press nº 16, novembro 2001.

IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Out -dez. 2020.Publicado em 10/03/2021. <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza cao/periodicos/2421/pnact_2020_4tri.pdf>. Acessado em 02 mai 2022.

Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021.

Franco M. A emergência da vida para superar o anestesiamento social frente à retirada de direitos: o momento pós-golpe pelo olhar de uma feminista, negra e favelada, p. 89-95. In Tem saída? Ensaios críticos sobre o Brasil. Editora Zouk - Casa da Mãe Joanna. Winnie Bueno, Joanna Burigo, Rosana Pinheiro-Machado, Esther Solano (org.). 2017.

Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil. 2017.

Bento C. O pacto da Branquitude. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras. 2022.

Ribeiro M. Mulheres negras: uma trajetória de criatividade, determinação e organização Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Movimentos Sociais - Nemos (PUC/SP). Florianópolis: Estudos Feministas. 2008; 16(3).

Almeida M. Devir Quilomba: antirracismo, afeto e política nas práticas de mulheres quilombolas. São Paulo: Elefante. 2022.

Souza NS. Tornar-se Negro ou as Vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. 1ª ed. Rio de Janeiro: Zahar. 2021.

Mendes MA. “Saindo do quarto escuro”: violência doméstica e a luta comunitária de mulheres quilombolas e Conceição das Cioulas, p. 59-73. In Dealdina, Selma dos Santos. Mulheres Quilombolas: Territórios de existências negras femininas. São Paulo: Sueli Carneiro: Jandaíra. 2021.

Publicado

02-09-2022
Métricas
  • Visualizações 0
  • pdf downloads: 0

Como Citar

ESTANISLAU, M. A. .; SILVA, V. R. R. da . Apontamentos e reflexões sobre violências contra mulheres negras no Brasil. Revista Remecs - Revista Multidisciplinar de Estudos Cientí­ficos em Saúde, [S. l.], p. 58–62, 2022. DOI: 10.24281/Imostracientifica2022.1.58-62. Disponível em: http://revistaremecs.recien.com.br/index.php/remecs/article/view/933. Acesso em: 10 fev. 2025.