Parto e ocitocina: a violência obstétrica caracterizada pela imprudência

Autores

  • Amanda Caroline Martins Machado de Moraes amanda_moraes4@hotmail.com
  • Letícia Viana de Melo L121516@hotmail.com
  • Luana Gumerato Moutran luana.gumerato@gmail.com
  • Rafaella Caires Santiago rafa-santiago@hotmail.com
  • Janize Silva Maia janizecs@yahoo.com.br

DOI:

10.24281/rremecs2022.7.12.11-20

Palavras-chave:

Ocitocina, Parto Humanizado, Violência Obstétrica, Indução do Parto, Alívio da Dor, Desrespeito

Resumo

A violência obstétrica compreende qualquer ato de violência durante a gestação, parto, nascimento e pós parto, evidenciada pela violência física, psicológica, verbal e sexual, bem como pela negligência na assistência e discriminação. Descrever como o uso imprudente da ocitocina ocasiona a violência obstétrica. Revisão integrativa dos estudos relevantes publicados nas bases de dados da BVS, PubMed e Google scholar entre 2015 e 2020, baseadas em evidências em língua portuguesa e inglesa, disponíveis na íntegra. Apesar de ser produzida fisiologicamente durante o trabalho de parto e exercer um papel de grande importância no auxílio as contrações uterinas e no pós parto, a utilização de ocitócitos de maneira isolada e inadequada pode colocar em risco a saúde materna e fetal, resultando em complicações graves. O uso da ocitocina avaliado com criticidade pela equipe multidisciplinar, reduzindo danos, respeitando os direitos sexuais, reprodutivos e a autonomia da parturiente.

Descritores: Ocitocina, Parto Humanizado, Violência Obstétrica, Indução do Parto, Alívio da Dor, Desrespeito.

 

Childbirth and oxytocin: obstetric violence characterized by recklessness

Abstract: Obstetric violence includes any act of violence during pregnancy, childbirth, birth and postpartum, evidenced by physical, psychological, verbal and sexual violence, as well as negligence in care and discrimination. To describe how the reckless use of oxytocin causes obstetric violence. Integrative review of relevant studies published in the BVS, PubMed and Google scholar databases between 2015 and 2020, based on evidence in Portuguese and English, available in full. Despite being produced physiologically during labor and playing a very important role in helping uterine contractions and postpartum, the use of oxytocytes in an isolated and inadequate manner can put maternal and fetal health at risk, resulting in serious complications. The use of oxytocin critically evaluated by the multidisciplinary team, reducing damage, respecting sexual, reproductive rights and the parturient's autonomy.

Descriptors: Oxytocin, Humanized Childbirth, Obstetric Violence, Labor Induction, Pain Relief, Disrespect. 

 

Parto y oxitocina: violencia obstétrica caracterizada por la imprudencia

Resumen: La violencia obstétrica incluye cualquier acto de violencia durante el embarazo, parto, nacimiento y posparto, evidenciado por violencia física, psicológica, verbal y sexual, así como negligencia en el cuidado y discriminación. Describir cómo el uso imprudente de oxitocina provoca violencia obstétrica. Revisión integradora de los estudios relevantes publicados en las bases de datos académicas de BVS, PubMed y Google entre 2015 y 2020, basada en evidencia en portugués e inglés, disponible en su totalidad. A pesar de que se produce fisiológicamente durante el trabajo de parto y desenpeña un papel muy importante en ayudar a las contracciones uterinas y al posparto, el uso de oxitocitos de manera aislada e inadecuada puede poner en riesgo la salud materna y fetal, lo que resulta en complicaciones graves. El uso de oxitocina evaluado críticamente por el equipo multidisciplinario, reduciendo el daño, respetando los derechos sexuales, reproductivos y la autonomía de la parturienta.

Descriptores: Oxitocina, Parto Humanizado, Violencia Obstétrica, Inducción del Parto, Alivio del Dolor, Falta de Respeto.

Referências

Oliveira KS. Autonomia da gestante e prática da violência obstétrica: o necessário delineamento de limites éticos jurídicos. Salvador: Universidade Católica do Salvador. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso em curso de Direito. Disponível em: <http://ri.ucsal.br:8080/jspui/bitstream/prefix/678/1/TCCKARINAOLIVEIRA.pdf>. Acesso em 30 nov 2020.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Panorama nacional da violência contra a mulher e a Rede Cegonha. 2014. Disponível em: <http://www.gr.unicamp.br/penses/wp-content/uploads/2016/03/Panorama-nacional-da-viol%C3%AAncia-contra-a-mulher-e-a-Rede-Cegonha.pdf>. Acesso em 30 nov. 2020.

Diniz SG, Salgado HO, Andrezzo HFA, Carvalho PGC, Carvalho PCA, Aguiar CA, et al. Violência obstétrica como questão para a saúde pública no Brasil: origens, definições, tipologia, impactos sobre a saúde materna, e propostas para sua prevenção. J Hum Growth Dev. 2015; 25(3):377-384.

Sena LM, Tesser CD. Violência obstétrica no Brasil e o ciberativismo de mulheres mães: relato de duas experiências. Interface. 2017; 21(60):209-20.

Zanardo GLP, Uribe MC, Nadal AHR, Habigzang LF. Violência obstétrica no Brasil: uma revisão narrativa. Psicol Soc. 2017; 29:e155043.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida. Brasília - 2017. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf>. Acesso em 30 nov 2020.

Santiago DC, Souza WKS. Violência obstétrica: uma análise das consequências. Paulo Afonso: Centro Universitário do Rio São Francisco, 2017. Trabalho de Conclusão de Curso do curso de Enfermagem. Disponível em: <https://www.unirios.edu.br/revistarios/media/revistas/2017/13/violencia_obstetrica_uma_analise_das_consequencias.pdf>. Acesso em 30 nov 2020.

Souza AB, Silva LC, Alves RN, Alarcão ACJ. Fatores associados à ocorrência de violência obstétrica institucional: uma revisão integrativa da literatura. Rev Ciências Médicas. 2017; 25(3):115-128.

Nucci M, Nakano AR, Teixeira LA. Ocitocina sintética e a aceleração do parto: reflexões sobre a síntese e o início do uso da ocitocina em obstetrícia no Brasil. Rio de Janeiro: Hist Cienc Saúde-Manguinhos. 2018; 25(4):979-998.

Sousa LMM, Firmino CF, Marques-Vieira CMA, Severino SSP, Pestana HCFC. Revisões da literatura científica: tipos, métodos e aplicações em enfermagem. Rev Portuguesa Enferm Reabil. 2018; 1(1):45-55.

Andrade PON, Silva JQP, Diniz CMM, Caminha MFC. Fatores associados à violência obstétrica na assistência ao parto vaginal em uma maternidade de alta complexidade em Recife, Pernambuco. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2016; 16(1):29-37.

Tesser CD, Knobel R, Andrezzo HFA, Diniz SG. Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Rev Bras Med Família Comunidade. 2015; 10(35):1-12.

Vieira MJO, Santos AAP, Silva JMO, Sanches METL. Assistência de enfermagem obstétrica baseada em boas práticas: do acolhimento ao parto. Rev Eletr Enferm. 2016. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/fen/article/view/36714>. Acesso em 03 dez 2020.

Oliveira LB, Mattos DV, Matão MEL, Martins CA. Laceração perineal associada ao uso de ocitocina exógena. Rev Enferm UFPE online. 2017; 11(6):2273-2278.

Inagaki ADM, Cardoso NP, Lopes RJPL, Ribeiro CJN, Feitosa LM, Oliveira SS. Retrato das práticas obstétricas em uma maternidade pública. Cogitare Enferm. 2019. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/56121/pdf>. Acesso em 03 dez. 2020.

Pereira LR, Rodrigues GMM, Ferreira ES, Barros INM, Carneiro MS, Siqueira LS. Parto normal e intervenções ocorridas em uma maternidade pública. Rev Baiana Enferm. 2019; 33:e-32631.

Dulfe PAM, Lima DVM, Alves VH, Rodrigues DP, Barcellos JG, Cherem EO. Presença do acompanhante de livre escolha no processo parturitivo: repercussões na assistência obstétrica. Cogitare Enferm. 2017; 21(4):01-08.

Pedroso CNLS, Lopez LC. À margem da humanização? Experiências de parto de usuárias de uma maternidade pública de Porto Alegre-RS. Physis. 2017; 27(4):1163-1184.

Lima SBG, Schirmer J, Dotto LMG, Santos CL. Práticas obstétricas de uma maternidade pública em Rio Branco-AC. Cogitare Enferm. 2018; 23(4):e53258.

Nascimento SL, Pires VMMM, Santos NA, Machado JC, Meira LS, Palmarella VPR. Conhecimentos e experiências de violência obstétrica em mulheres que vivenciaram a experiência do parto. Enferm Actual Costa Rica. 2019; 0(37):66-79.

Schincaglia CY, Santos GC, Ribeiro JA, Figueiredo RY, Menezes S, Maia JS, Maia LFS. As consequências do uso de ocitócitos durante o parto. Rev Recien. 2017; 7(19):75-82.

Rosa R, Boing AF, Schraiber LB, Coelho EBS. Violência: conceito e vivência entre acadêmicos da área da saúde. Interface. 2010; 14(32):81-90.

Carvalho FAM, Oriá MOB, Pinheiro AKB, Ximenes LB. Significado do trabalho de parto: a perspectiva dos acadêmicos de enfermagem. Acta Paul Enferm. 2009; 22(6):767-772.

Mamede FV, Almeida AM, Souza L, Mamede MV. A dor durante o trabalho de parto: o efeito da deambulação. Rev Latino Am Enferm. 2007. 15(6):1157-1162.

Santos KLA, Farias CRBL, Cavalcante JS, Santos EA, Silva JM, Duarte APRS. Ocitocina sintética no trabalho de parto induzido e suas repercussões materno-fetais. Diversitas Journal. 2020; 5(3):1787-1804.

Hidalgo-Lopezosa P, Hidalgo-Maestre M, Rodríguez-Borrego MA. Estimulação do parto com oxitocina: efeitos nos resultados obstétricos e neonatais. Rev Latino Am Enferm. 2016. 24:e2744.

Publicado

30-06-2022
Métricas
  • Visualizações 0
  • pdf downloads: 0

Como Citar

MORAES, A. C. M. M. de; MELO, L. V. de .; MOUTRAN, L. G. .; SANTIAGO, R. C. .; MAIA, J. S. . Parto e ocitocina: a violência obstétrica caracterizada pela imprudência. Revista Remecs - Revista Multidisciplinar de Estudos Cientí­ficos em Saúde, [S. l.], v. 7, n. 12, p. 11–20, 2022. DOI: 10.24281/rremecs2022.7.12.11-20. Disponível em: http://revistaremecs.recien.com.br/index.php/remecs/article/view/811. Acesso em: 17 fev. 2025.

Edição

Seção

Artigos