A cor da vulnerabilidade social versus morbidade psiquiátrica

Autores

  • Maria Luiza Batista Adôrno maluadorno15@gmail.com
    UFPE - Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

10.24281/rremecs2024.2.Spe.4857

Palavras-chave:

Escravização, Racismo, Saúde Mental, Políticas Sociais

Resumo

Esse texto tem por objetivo discutir as questões pertinentes a saúde mental e as dimensões sociais que o racismo reproduz para com a população negra no Brasil, a problemática que orienta a pesquisa pode ser sintetizada a partir da compreensão acerca da violência constitutiva da sociedade brasileira para com a população racializada desde o período da escravização a atual conjuntura social. Este trabalho pretende abordar sobre as dimensões do racismo nas relações sociais, relacionando vulnerabilidade social e racismo estrutural e identificando possíveis agentes do sofrimento mental da população negra. Fundamentado no levantamento de vastas literaturas, foram realizadas reflexões sobre a relação entre vulnerabilidade e racismo, mostrando que devem ser indissociáveis na investigação da produção do sofrimento psiquiátrico da população negra.
Descritores: Escravização, Racismo, Saúde Mental, Políticas Sociais.

 

The color of social vulnerability versus psychiatric morbidity

Abstract: This text aims to discuss the issues pertinent to mental health and the social dimensions that racism reproduces towards the black population in Brazil. The problem that guides the research can be synthesized from the understanding of the violence constitutive of Brazilian society towards the racialized population from the period of slavery to the current social situation. This work aims to address the dimensions of racism in social relations, relating social vulnerability and structural racism and identifying possible agents of mental suffering in the black population. Based on a survey of vast literature, reflections were made on the relationship between vulnerability and racism, showing that they must be inseparable in the investigation of the production of psychiatric suffering in the black population.
Descriptors: Enslavement, Racism, Mental Health, Social Politics.

 

El color de la vulnerabilidad social versus la morbilidad psiquiátrica

Resumen: Este texto tiene como objetivo discutir las cuestiones pertinentes a la salud mental y las dimensiones sociales que reproduce el racismo hacia la población negra en Brasil. El problema que orienta la investigación puede sintetizarse a partir de la comprensión de la violencia constitutiva de la sociedad brasileña hacia la población racializada desde el período de la esclavitud hasta la situación social actual. Este trabajo tiene como objetivo abordar las dimensiones del racismo en las relaciones sociales, relacionando vulnerabilidad social y racismo estructural e identificando posibles agentes de sufrimiento mental en la población negra. A partir de un estudio de una vasta literatura, se hicieron reflexiones sobre la relación entre vulnerabilidad y racismo, mostrando que deben ser inseparables en la investigación de la producción de sufrimiento psiquiátrico en la población negra.
Descriptores: Esclavitud, Racismo, Salud Mental, Política Social.

Referências

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua. 2022. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/>.

Brasil. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. 1988.

Werneck J. Racismo institucional e saúde da população negra. Saúde e Sociedade. 2016; 25(3):535-549.

Brasil. Ministério da Saúde. Temático Saúde da População Negra. Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Articulação Interfederativa. Brasília: Ministério da Saúde. 2016.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. 2013.

Mendes LAO. Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a costa d ́África e o Brasil (1812). Rev Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. 2007; 10(2):362-376.

Kozyreff AM, Vale SSAG, Midlej TC. A depressão dos primeiros trabalhadores brasileiros, o banzo. Intraciência Rev Científica. 2018.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua. 2018. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/>.

Mapa da população negra no mercado de trabalho. 1999. São Paulo: INSPIR/DIEESE.

Mbembe A. Necropolítica. Arte e Ensaios. 2016; 2(32):122-151.

Brasil. Ministério da Fazenda. Adoecimento mental e trabalho: a concessão de benefícios por incapacidade relacionados a transtornos mentais e comportamentais entre 2012 e 2016. 1º Boletim quadrimestral sobre benefícios por incapacidade de 2017. Brasília, DF; Secretaria de Previdência. 2017.

Fanon F. Pele negra, máscaras brancas. Trad. de Sebastião Nascimento. São Paulo: Ubu Editora. 2020.

Santos IS, Vieira FS. Direito à saúde e austeridade fiscal: o caso brasileiro em perspectiva internacional. Rio de Janeiro: Ciência Saúde Coletiva. 2018; 23(7):2303-2314.

Silva RP. Trauma Cultural e sofrimento social: do banzo às consequências psíquicas do racismo para o negro. 2017.

Moreira AJ. Cidadania racial/racial citizenship. Rev Quaestio Iuris. 2017; 10(2):1052-1089.

Smolen JR, Araújo EM. Raça/cor da pele e transtornos mentais no Brasil: uma revisão sistemática. Ciência Saúde Coletiva. 2017; 22:4021-4030.

Williams DR, Yu Y, Jackson JS, et al. Racial differences in physical and mental health: socioeconomic status, stress and discrimination. J Health Psychol. 1997; 2:335-351.

Oliveira LGF, Magalhães M. Percurso da implantação da política nacional de saúde integral da população negra no Brasil. Rev Bras Estudos População. 2022; 39:e0214.

Tavares JSC, Jesus Filho CAA, Santana EF. Por uma política de saúde mental da população negra no SUS. Rev Assoc Bras Pesquisadores/as Negros/as (ABPN). 2020; 12(esp):138-151.

Schwarcz L. O espetáculo das raças: Cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras. 2014.

Catoia, CC. A produção discursiva do racismo: da escravidão à criminologia positivista. Dilemas - Rev Est Conflito Controle Social. 2018; 11(2):259-278.

Revel J. Biopolítica. In: _____. Michel Foucault: conceitos essenciais. Tradução Maria do Rosário Gregolin, Nilton Milanez, Carlos Piovasani. São Carlos/SP: Claraluz. 2005; 26-28.

Geledés Instituto da Mulher Negra. CFEMEA Centro feminista de estudos e assessoria, Guia de Enfrentamento do Racismo Institucional. 2013. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/geledes/o-quefazemos/publicacoes-de-geledes/18611-racismo-institucionaluma-abordagem-teorica-e-guia-de-enfrentamento-do-racismoinstitucional>. Acesso em 9 abr 2024.

Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES). A Questão Democrática da área da Saúde. 1980. Disponível em: <https://cebes.org.br/a-questao-democratica-na-area-da-saude/17754/>.

Maio MC, Monteiro S. Tempos de racialização: o caso da ‘saúde da população negra’ no Brasil. História, Ciências, Saúde - Manguinhos. 2005; 12(2):419-46.

Paim JS. SUS: sistema único de saúde - tudo que você precisa saber. São Paulo: Atheneu. 2019.

Publicado

12-07-2024
Métricas
  • Visualizações 0
  • pdf downloads: 0

Como Citar

ADÔRNO, M. L. B. A cor da vulnerabilidade social versus morbidade psiquiátrica. Revista Remecs - Revista Multidisciplinar de Estudos Cientí­ficos em Saúde, [S. l.], p. 48–57, 2024. DOI: 10.24281/rremecs2024.2.Spe.4857 . Disponível em: http://revistaremecs.recien.com.br/index.php/remecs/article/view/1570. Acesso em: 10 fev. 2025.