Gênero, raça e saúde mental da população negra: abordagem sócio-histórica

Autores

DOI:

10.24281/rremecs2024.2.esp.310

Palavras-chave:

Gênero, Raça, Saúde Mental, Desenvolvimento Humano

Resumo

Este artigo propõe uma análise reflexiva sobre a interseção entre raça e gênero sob uma perspectiva sócio-histórica, examinando como fatores sociais, culturais e históricos moldaram as experiências das mulheres negras em relação à saúde mental. Através de um ensaio crítico reflexivo, as definições de gênero e raça foram exploradas, com um foco especial na constituição das subjetividades negras. Com esse propósito, é fundamental compreender como a interação de identidades sociais influencia a construção das subjetividades e o desenvolvimento de fatores positivos para a saúde, como autoestima e autenticidade, sendo a consideração das dimensões de raça e gênero crucial nesse contexto. Em conclusão, este estudo aponta que as mulheres negras confrontam desigualdades econômicas, tais como restrições no acesso a oportunidades de emprego, educação e assistência médica. Além disso, elas estão sujeitas a estereótipos prejudiciais, exacerbados pela violência de gênero, o que resulta em um impacto substancial na saúde mental.
Descritores: Gênero, Raça, Saúde Mental, Desenvolvimento Humano.

 

Gender, race and mental health of the black population: socio-historical approach

Abstract: This article proposes an analysis of the intersection between race and gender from a sociohistorical perspective, examining how social, cultural, and historical factors have shaped black women's experiences regarding mental health. Through a critical reflective essay, the definitions of gender and race will be explored, with a special focus on the constitution of black subjectivities. For this purpose, it is essential to understand how the interaction of social identities influences the construction of subjectivities and the development of positive factors for health, such as self-esteem and authenticity, with consideration of the dimensions of race and gender being crucial in this context. In conclusion, this study points out that black women face economic inequalities, such as restrictions in access to employment opportunities, education and health care. Furthermore, they are subject to harmful stereotypes, which are exacerbated by gender-based violence, resulting in a substantial impact on mental health.
Descriptors: Gender, Race, Mental Health, Human Development.

 

Género, raza y salud mental de la población negra: enfoque sociohistórico

Resumen: Este artículo propone un análisis reflexivo de la intersección entre raza y género desde una perspectiva sociohistórica, examinando cómo los factores sociales, culturales e históricos han dado forma a las experiencias de las mujeres negras con respecto a la salud mental. A través de un ensayo reflexivo crítico, se explorarán las definiciones de género y raza, con especial enfoque en la constitución de las subjetividades negras. Para ello, es fundamental comprender cómo la interacción de las identidades sociales influye en la construcción de subjetividades y el desarrollo de factores positivos para la salud, como la autoestima y la autenticidad, siendo crucial la consideración de las dimensiones de raza y género. en este contexto. En conclusión, este estudio señala que las mujeres negras enfrentan desigualdades económicas, como restricciones en el acceso a oportunidades de empleo, educación y atención médica. Además, están sujetas a estereotipos nocivos, que se ven exacerbados por la violencia de género, lo que tiene un impacto sustancial en la salud mental.
Descriptores: Género, Raza, Salud Mental, Desarrollo Humano.

Referências

Gonçalves LAP, Oliveira RG, Gadelha AG, Medeiros TM. Saúde coletiva, colonialidade e subalternidades - uma (não) agenda? Saúde Debate. 2019; 43(spe8):160-174.

Bento OC. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras. 2022.

Souza NS. Tornar-se negro: ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Editora Schwarcz-Companhia das Letras. 2021.

Raminelli R. Eva Tupinambá. In: Mary del Priore (ed.) História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto. 1997.

Meneghetti FK. O que é um Ensaio-Teórico? RAC. 2011; 15(2):320-332.

World Health Organization (WHO). Mental health: Strengthening our response. Fact Sheet 220; 2014. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs220/en/>.

Almeida S. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen. 2019.

Santos DJS, Palomares NB, Normando D, Quintão CCA. Raça versus etnia: diferenciar para melhor aplicar. Dental Press J Orthod. 2010; 15(3):121-4.

Butler J. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. 2003.

Picanço F, Araújo CMO, Covre-Sussai M. Papéis de gênero e divisão das tarefas domésticas segundo gênero e cor no Brasil: outros olhares sobre as desigualdades. Rev Bras Estud Popul. 2021; 38:e0177.

Del Priori M. Histórias íntimas: sexualidade e erotismo na história do Brasil. 2011.

American Psychiatric Association (APA). DSM-5. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5ª. ed. Porto Alegre: Artmed. 2014.

Silva ML. Racismo no Brasil: questões para psicanalistas brasileiros. In: Kon NM; Silva ML; Abud CC (orgs.). O racismo e o negro no Brasil: Questões para a Psicanálise. São Paulo: Perspectiva. 2017.

Veiga LM. Descolonizando a psicologia: Notas para uma psicologia preta. Fractal: Rev Psicologia. 2019; 31(esp.):244-248.

Estanislau MA, Silva VRR. Apontamentos e reflexões sobre violências contra mulheres negras no Brasil. In: I Mostra Científica em Antropologia e Saúde: Diálogos em Gênero, Diversidade e Direitos Humanos. FIOCRUZ/UNILAB. Revista Remecs. 2022; 1(1):58-62.

Fanon F. Pele negra, máscaras brancas. Tradução: Renato da Silveira. Salvador: Edufba. 2008.

Santos AJGB, Oliveira RC. Resenha do livro Pele negra, máscaras brancas, de Frantz Fanon. Rev Culturas Jurídicas. 2018; 5(10):396-404.

Oliveira J. Interseccionalidade, de Carla Akotirene. Cadernos de Gênero e Diversidade. 2020; 6(1):303-309.

Davis A. Mulheres, raça e classe. Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo. 2016.

Cardoso CP. Amefricanizando o Feminismo: O pensamento de Lélia Gonzalez. Rev Estudos Feministas. 2014; 22(3): 965-986.

Gonzalez L. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar. 2020.

Vergès F. Um feminismo decolonial. São Paulo: UBU Editora. 2020.

Collins PL. Pensamento feminista negro. Conhecimento, consciência e a política do empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019.

Nascimento KC, Delgado FA, Barbosa MSA, Lima RCB, Lima TNB, Gomes BMR. Mulheres negras e o racismo à luz da mandala dos saberes. São Paulo: Rev Remecs. 2023; 8(14):12-20.

Publicado

15-05-2024
Métricas
  • Visualizações 0
  • pdf downloads: 0

Como Citar

BARBOSA, E. M. da S. .; BLACK, T. L. de P.; SILVA, K. V. P. da . Gênero, raça e saúde mental da população negra: abordagem sócio-histórica. Revista Remecs - Revista Multidisciplinar de Estudos Cientí­ficos em Saúde, [S. l.], p. 3–10, 2024. DOI: 10.24281/rremecs2024.2.esp.310. Disponível em: http://revistaremecs.recien.com.br/index.php/remecs/article/view/1539. Acesso em: 10 fev. 2025.